sábado, 23 de dezembro de 2017

Pensamentos de 1:30

Uma madrugada qualquer. Um instante qualquer de insônia. O som das teclas ecoava como pontos mortos na sua consciência. E ela pensava se qualquer um se importava, se haveria mais alguém às 3 e 10 da madrugada pensando na falta de sentido da vida, também. A luta incessante das pessoas pela vida em contraponto da facilidade com que elas mesmas promoviam a própria destruição. Os carros correndo da avenida molhada pela chuva que caia como gotas de orvalho e mesmo àquela hora haviam carros brandindo pelo asfalto como se nunca fossem chegar em seus destinos. E talvez não chegassem.  Esses indivíduos construíam suas vidas como castelos de cartas de baralho, mas com um descuido puxavam a carta que sustentava a base e em menos de um segundo, tudo aquilo que demorara tanto para ser construído se desfazia em tristezas fragmentadas, pequenas unidades de ira e desgosto. Assim é a maioria dos relacionamentos humanos; família, amor, trabalho. Tudo se mantém, até que a última gota que faltava para inundar tudo jorra de algum lugar inesperado. Apesar de todos tentarem tapar as "goteiras" ao invés de achar a raiz do problema. E o problema , qual é? O egoísmo das pessoas. Porque quem não vê, que  mesmo quando o ser humano tenta ser altruísta está em busca da auto-satisfação que tal ato de solidariedade lhe dará? A sensação de se sentir superior, mais benevolente, mais caridoso, o coração mais valioso que o próximo? E isso por si só não é um reflexo de Narciso? O ego compulsório que todos temos, monstro que cresce cada vez mais alimentado pela vaidade humana? Afinal,  você não precisa se preocupar com o outro que está ali ao seu lado, sempre sustentando, segurando as pontas do SEU CASTELO, enquanto você só embaralha as cartas, e sempre tem uma na manga, ao invés da verdade estampada no rosto. 















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